A arte de escrever

Postado por Douglas Vilela sexta-feira, 8 de outubro de 2010 , ,

            Em uma de suas inúmeras entrevistas o psicanalista, teólogo, escritor, meia direita do flamengo de 73, borracheiro, desentupidor de calha e educador brasileiro Rubem Alves disse:


“Não acho que todos devem estudar!!! As pessoas sentem vontade, aptidão, gosto e assim que surgem os marceneiros, pianistas clássicos, pintores e pedreiros. Não é na escola, mas sim na aprendizagem artesanal, seja numa marcenaria com o pai, seja num salão de música com um professor rabugento”

E essa sua pertinente colocação me fez pensar: A escola não limita os nossos horizontes? Você fica limitado a seguir às suas regras não aproveitando qualquer outra atividade que possa ser desenvolvida de forma melhor do que insistindo na carreira academica. Uma dessas atividades como exposto pelo mestre Rubem Alves, pianista, está em queda, não que isso seja preocupante para a produção industrial do país, mas a intelectual tem muito a perder com um país e por que não o mundo onde se está perdendo cultura.

Essa massificação acadêmica, a produção de mentes destinadas a fazer e não a pensar é preocupante. Primeiro pelo fator exemplificado acima e num segundo momento pela alienação e limitação do próprio ser humano que fizera coisas geniais no passado e que cada vez se torna mais e mais distante do nosso presente essa cultura, ou por acaso você  conhece um amigo que toque harpa?  Ou um vizinho que é tecelã? Não né! Quiçá ourives!

Uma área que também preocupa pela escassez -não tanto quanto as acima, mas num nível pra ficarmos atentos- é a escrita. É claro que existe toda a sombra da educação no Brasil, mas o preocupante é que as que são alfabetizadas não produzem tal arte. Outro fator que também não nos motiva é a nossa cultura que se perde em meio a novelas e jornais, então a maior parte das pessoas que estudam se destinam pra essas áreas.

Além de produzir novelas de nível pífio, repetitivo e pernicioso a nossa sociedade, produzem notícias de massificação, de forma a alienar numa conjuntura que deixa a multidão estagnada culturalmente. E as próprias estruturas que o nosso belo país nos disponibilizam não nos permite evoluir nessa questão, isto é, não temos institutos, escolas, faculdades que nos façam crescer intelectualmente na escrita, desenvolver melhor essa arte, fazendo com que nos distanciemos dos livros e do lápis para nos aproximarmos da TV.

Mas não há só nuvens negras no horizonte. Podemos encontrar pequenos raios de luz saindo bem ao longe. Eles veem da Internet com os blogs. Inicialmente surgiu como um diário digital onde as pessoas contavam seus segredos, seus pensamentos a esmo, com o intuíto de se depurar ou não, mas o que se pode notar foi que em pouco tempo se tornou um ato comum.

A questão da massificação

Com os inúmeros blogs criados e a febre que se tornou, muitos textos escabrosos surgiram como por exemplo temos o blog (www.diegogalofero.blogpot.com) :

Vaidade é algo que é difícil administrar, grande é a vontade do ser humano de parecer ser mais do que propriamente ser algo.”
 “A autoridades não querem ver e nós acomodamos e assim vamos indo. Trabalhar não cansa o que cansa é o transporte que faz que nós já chegamos cansados neles.”
            
             Não entenderam? Pois bem, eu também não, assim como  muitos textos que existem na web. Mas não posso sair por aí condenando. É um ambiente recente, exige uma certa prática, assim como este que vos fala vem fazendo. Com a finalidade de alcançar uma escrita que permita ao leitor compreender um texto de forma sucinta e não enfadonha!
             
             Os blogs surgem então como uma maneira de ressurreição da escrita. Como um impulso que pode fazer com que essa arte não se perca com o tempo. Mesmo que a escrita vá se moldando a época – na web não é diferente- hoje em dia podemos encontrar de tudo, desde de coisas inexplicaveis e estarrecedoras como o exemplo acima de galofero, como blogs de notícia, cultura, ciência, música e assuntos aleatórios de gostos mundanos.

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