Tablet e você

Postado por Douglas Vilela quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011 , , ,


             Estive durante essa semana com um amigo norte-americano e aproveitando a oportunidade de contato com uma pessoa que vem de um país abundante em tecnologia, tive o prazer em fazer muitas perguntas sobre tecnologia, educação e é claro aprendizado.
             
            Para minha surpresa, esse colega detêm de muitos dos recursos tecnológicos/eletrônicos que são desenvolvidos em seu país, e mais, para minha sorte o jovem rapaz é Analista de Sistema, ou seja, vive submerso no mundo digital. Mas continuemos, tentarei ser breve sobre a nossa conversa:

            Logo de cara ja perguntei sobre ipad, iphone e os í´s da vida, se realmente são bons? Se ele os utiliza com frequencia? A resposta que eu tive, pode parecer óbvia, mas estava ali para tirar todas as dúvidas. De sopetão ele respondeu que não vive sem o seu iphone. E eu disse-lhe. Isso não causa muita dependência? E de forma sagaz ele me disse que sim, mas uma dependência que ele julga ser boa, e explicou. Para ele, ao invés de usar a internet para busca e pesquisa, lista telefonica para olhar mapas e numeros, relógio para ver as horas, um celular para fazer ligações e um PSP (Game portátil da Sony) ele tem tudo isso em seu Iphone, então ele vê o produto como uma unificação de recursos. Acho que a grande sacada de Steve Jobs e sua equipe, criadores do Iphone, foi a de unir vários desses recursos em um só aparelho, não sendo necessário a pessoa andar com um laptop, um celular, um relógio e etc…

            E sobre os preços não há o que discutir, é muito mais barato lá do que aqui, mas nesse momento entra toda uma discussão econômica do mercado brasileiro e acho que não vem ao caso, mas a tendência é que o produto com o tempo, perca seu valor e se torne mais acessível à população brasileira. Isso enquanto não conseguimos criar a nossa própria tecnologia. Pois bem, enquanto esse dia não vem, temos que aceitar esse valor, ou tentar através de algum conhecido que visite os EUA que traga um para nós.

            Numa segunda oportunidade, tive a chance de falar sobre educação com esse cidadão. E para minha supresa ele tinha uma visão muito crítica sobre a educação em seu país. O que ele comentou foi a bolha que está surgindo lá em relação a tecnologia e mercado. O número de cursos que são criados, novos cursos, é segundo ele assustador, a cada ano, as faculdades aparecem com um curso novo para “criar” a tendencia econômica mundial. Ele me disse um exemplo de sua própria faculdade localizada em Chicago-Illinois. O seu curso ja existia durante um tempo, Analista de Sistemas, e quando o mercado sentiu a necessidade de um funcionário mais completo para as grandes necessidades empresariais, criaram um novo curso, Analista de Situações Econômicas. Que para ele, surgiu, como uma junção de Analise de sistemas e Economia de Mercado, cursos já existentes em sua faculdade. No entanto, a parte cultural do país está minguando. Ele diz que para os próprios americanos a cultura se resume à tecnologia e ao entretenimento. Ou seja, as maravilhas eletrônnicas e ao show bizz.

            Mas o que quer dizer isso?

            Na minha opnião, isso mostra a capacidade dos EUA de prever o que virá nos próximos anos no mercado mundial, e como eles sempre querem estar a frente, criam as novas tendências, a partir das necessidades e dificuldades do mercado.Eles injetam todos os anos bilhões em investimento tecnológico. Com isso, se tornam a válvula propulsora para o resto do mundo, não tendo outra alternativa a não ser copiar o que fazem, isto é, aceitar sua superioridade tecnológica. Agora sobre a cultura, acho que desde o início do século 21, eles estão perdidos, no sentido existencial, como humanos, eles começaram a engolir a própria vida para se exaltar como os detentores da riqueza mundial, da economia mundial e para sustentar tal posto, não há outra maneira a não ser criar produtos para compra, criar rotação financeira e isso bem fazem com as parafernalhas tecnológicas. E também exportando sua cultura, mesmo que guela abaixo, mas exporta, com o intuito de fazer todo mundo gostar do que eles bem quiserem, seja Shakira, seja Justin Bieber ou com o Iphone. O que interessa é fazer o mundo consumir.

            E quando a tecnologia traz benefícios?
            
            No caso dos novos aparelhos, onde é possível encontrar benefícios, acho que convém aos países subdesenvolvidos aprender ou adaptar esses produtos em vosso cotidiano. Por exemplo os tablets, que possívelmente terá um preço acessível, pode substituir facilmente um caderno escolar. As futures gerações, tanto de professores como de alunos, tem que estar preparados para a novidade e o mais importante, facilidade. Se hoje o professor tem dificuldade de explicar um conteúdo pois demora 20 minutos para passar na lousa, isto é, transcrever com giz, imagine quando esse professor tiver na palma da mão, num tablet, um arquivo que fez em sua casa na noite anterior e ele possa passar para os alunos, via wireless, em questão de segundos? Será que vamos continuar recusando isso? Somos tão cegos e tão ignorantes para entender que essas modernidades existem para colaborar? Pode parecer pessimismo de minha parte, mas eu ficaria muito triste ao entrar na sala de aula e subitamente sentisse o cheiro de alcool e me deparasse com a cena de um professor(a)  usando mimeógrafo. Não sabe o que é um mimeógrafo? Ufa ainda bem!!! Assim eu me sinto mais esperançoso.

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A Nossa Insignificancia no Universo
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